Autores: Silvio Sampaio de Moraes e Severino Ferreira de Paiva
Os programas de lazer e recreação, principalmente na hotelaria, são encarados e conceituados pelos gestores como uma atividade sem fins lucrativos para hotel, sendo assim, uma atividade sem importância no contexto hoteleiro, vulgarmente vinculada a uma atividade que visa a ocupar o tempo de crianças para que estas não venham a perturbar seus pais. Mal sabem que o que traz o turista para um determinado destino também são as possibilidades de lazer, já que este turista estará em seu tempo livre.
A definição mais conhecida de lazer é do sociólogo francês Dumazedier. Este autor define lazer da seguinte maneira: “o lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais”. Uma das alternativas para o lazer são as “atividades turísticas”, que são ações realizadas fora da cidade de origem (onde reside), tendo como motivações principais à quebra da rotina cotidiana, a mudança de estilo de vida, do ritmo das atividades realizadas, a busca de novas culturas e novos relacionamentos. Viagens, excursões, passeios, viagens de férias podem ser consideradas como exemplo deste tipo de atividade.
Com referência à recreação e lazer de um hotel a beira mar, as atividades que são oferecidas aos hóspedes são poucas e pobres. A rotina deste turista relaciona-se a uma programação desenvolvida que se compõe de ida a praia pela manhã e final da tarde, almoço e jantar próximo ao hotel ou mesmo nos restaurantes do hotel e poucos passeios. E quando estes ocorrem, são ofertados pelos recepcionistas e não por um setor específico do hotel responsável por este tipo de trabalho. É o caso da ida às compras em locais específicos como: feiras, centros comerciais, shoppings e outros lugares.
O serviço de recreação engloba mais uma alternativa de lazer que a hotelaria pode oferecer aos seus usuários. O serviço de recreação na rede hoteleira deve ser pensado e planejado como os demais serviços desse ramo de atividade.
O propósito de um serviço de recreação na hotelaria é oferecer entretenimento e descontração aos hóspedes. Quando as pessoas se sentem bem num determinado local, tornam-se mais disponíveis e ampliam consideravelmente suas relações interpessoais. Quando isso ocorre, elas dão um significado todo especial àqueles momentos, procurando revivê-los sempre que possível, já que há uma tendência no comportamento humano de reviver tudo o que causa prazer.
Os objetivos fazem parte do planejamento das atividades que serão oferecidas, uma vez que devem ser pensadas em função do espaço físico, dos materiais e da faixa etária da clientela a qual se destina cada atividade programada. De uma forma genérica, determinada programação deve ter como finalidade:
1. Informar aos hóspedes as alternativas de lazer e recreação que o hotel oferece;
2. Buscar participação livre e espontânea dos hóspedes nas atividades oferecidas;
3. Facilitar e ampliar a comunicação entre as pessoas;
4. Criar um clima lúdico, descompromissado de juízos de valor, sem discriminação de idade, sexo ou raça;
5. Permitir uma avaliação permanente dos serviços oferecidos.
Os gestores de lazer, turismo e hotelaria devem conhecer os interesses voltados às atividades de lazer, para que desta forma, possam desenvolver tais atividades através da identificação do perfil do turista/hóspede. É fundamental o conhecimento dos interesses voltados ao lazer físico, artístico, manual, intelectual, turístico e social.
Esta política está alicerçada na visão do turismo como uma forma de satisfação e otimização do tempo em que o hóspede ficará no local de destino.
Referência Bibliográfica:
ANDRADE, José Vicente. Gestão em lazer e turismo. Belo Horizonte. Autêntica, 2001
CAMARGO, Luiz O Lima. O que é lazer: uma introdução. Campinas. Editores Associados: 1999
NEGRINE, Airton et.al. – Recreação na Hotelaria: o pensar e o lazer lúdico. Caxias do Sul, EDUCS: 2001
http://www.leisurerecreation.com.br/lazer.htm - acessado em 30/04/2011